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  • Foto do escritorIGC - Instituto Gestalt

Vitalidade Feminina

Atualizado: 26 de ago. de 2019

Por Celisa Barbalho*



Existem mulheres que, quando jovens, são dinâmicas, têm bom humor e demonstram vitalidade. Mas, com o passar do tempo murcham e perdem seu vigor. Que mecanismo é esse e como desativá-lo para que se possa retomar a vitalidade?


A vida nos exige muito entusiasmo para cumprimos com nossos múltiplos papéis. Vitalidade feminina está ligada ao impulso que emana de nossa alma e nos faz vibrantes, atuantes, comunicantes, desejadas e desejantes. Nos inspira a fazer sempre o melhor que podemos.

Serge Ginger, gestalt-terapeuta francês, afirma que ter saúde é desenvolver harmoniosamente as nossas cinco dimensões. Ele utiliza uma estrela de cinco pontas para elucidar essa afirmação.


As dimensões física e espiritual nos enraízam e sustentam; são como pernas, a base sobre a qual caminhamos buscando o sentido de nossas vidas. Cuidar do que é físico implica em atender a necessidades básicas como alimentação, sono, sede, ter higiene corporal, fazer exercícios físicos com regularidade, usufruir da sexualidade como fonte de prazer e zelar pela aparência pessoal, nosso modo de ser e estar no mundo. A dimensão espiritual caminha ao lado e nos mantêm focalizadas no nosso sentido de vida e autorrealização. Levantar a cada dia e realizar o que a vida nos pede é uma tarefa tanto física quanto sagrada. Sobre estas bases (física e espiritual), desenvolvemos a dimensão social e amorosa.


Trata-se da capacidade de viver em comunidade, seja na família ou no trabalho, mas também abrir-se a um parceiro amoroso, com quem se possa construir uma história e partilhar emoções e ideais, além da vivência plena da satisfação sexual. A dimensão amorosa e afetiva está muito ligada à nossa vitalidade e sexualidade. Apesar de aí se concentrarem grandes desafios, o relacionamento e a sexualidade nos acompanham por toda a vida e pautam nossas escolhas.


A sexualidade nos mantêm com energia, saúde, porque, a partir da atividade sexual nós liberamos os hormônios do bem-estar. Quando temos uma vida sexual satisfatória, esses hormônios percorrem todo nosso corpo e nos sentimos livres, leves, bem-humoradas. Ficamos bem com o parceiro, conosco mesmas, com os outros e com o mundo. É comum dizermos ficamos de bem com a vida.



As buscas por satisfação se transformam se os nossos desejos, fantasias e necessidades também evoluírem. Para tal, precisamos superar os tabus incutidos pela nossa educação e cultura. Essa superação nos ajuda a reinventar um modo de viver o amor e o sexo, coerente com nossa liberdade e criatividade. Quando não temos satisfação sexual, os hormônios do bem-estar deixam de ser liberados e nos tornamos mais propensas à depressão e ao desânimo. Sem vitalidade, nos fechamos ao contato.


Voltando à estrela de cinco pontas de Ginger, a dimensão racional nos ajuda a planejar para alcançar nossas metas. Está ligada aos nossos pensamentos, crenças, autoestima, o que acreditamos que somos. Nossas dimensões são interconectadas e a harmonia entre elas gera vitalidade.


Mulheres que têm vitalidade são alegres, pensam positivamente, resolvem coisas corriqueiras e complexas com tranquilidade. Têm projetos de vida, sabem amar e se doar para as pessoas ou causas, sejam na família ou na sociedade. Bem-dispostas, elas têm brilho no olhar e se destacam por onde passam.


Essas mulheres não têm medo de ficar velhas, pois a idade é uma dádiva. Curtem a beleza e a ingenuidade das crianças, compreendem a complexidade e a turbulência dos jovens e são boas companheiras em seus relacionamentos. Sabem que é importante ter amigos, pertencer a grupos de interesses comuns, ter fé diante das adversidades. São resilientes e tentam extrair lições das provas mais avassaladoras. Reverenciam seus antepassados e lhes agradecem o dom da vida. Sabem que fazem parte de uma cadeia transgeracional e que serão lembradas por suas obras e atitudes, mais do que por sua beleza física, bens materiais ou títulos alcançados. Conseguem manter-se com sabedoria na alma e fazem tudo para aprender com os mais jovens. Elas se rendem ao amor, à paz, a causas nobres e a espalhar aquilo que vale a pena. Sabem decidir com o coração e a razão. Desistem de vigiar a vida dos outros e passam a desenvolver vida própria. Assumem seus desejos. Abdicam de invejar outras pessoas. Reconhecem suas qualidades e defeitos e se põem ao árduo trabalho de sua aceitação e validação. Abrem mão de ter sempre razão. Sabem escutar as histórias dos outros e contar suas próprias.


O que fazer para manter a sua vitalidade?


Começando pelo mais próximo, pelo corpo. Temos várias zonas erógenas a explorar. Para manter a vitalidade a mulher precisa pensar e se dedicar mais ao sexo, cultivar o autoerotismo, se masturbar quando sentir vontade. Fazer isso, junto com o parceiro ou sozinha, e explorar suas possibilidades de prazer. Manter o desejo, ter sonhos, fantasias e tentar realizá-las quando e como puder.


Lidar com naturalidade e espontaneidade é primordial para se viver bem sexualmente. Saber comunicar seus desejos ao parceiro. Se entregar à atividade sexual traz vigor e fortalece o relacionamento. Trabalhar o espírito é acreditar que a vida tem um sentido e, a partir daí, temos um projeto a realizar.


As dimensões social e amorosa requerem de nós abertura para construirmos relações que nos sustentem e inspirem. Finalmente busquemos a razão para orquestrar essa imensa causa!


Encerro com um poema da escritora Cora Coralina:


Saber Viver


Não sei...

Se a vida é curta

Ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos

tem sentido,

se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,

braço que envolve,

palavra que conforta,

silêncio que respeita,

alegria que contagia,

lágrima que corre,

olhar que sacia,

amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:

É o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela

não seja nem curta,

nem longa demais,

mas que seja intensa,

verdadeira e pura...

enquanto durar.




*Maria Celisa Meirelles Barbalho

Gestalt-terapeuta, Especialista em Sexualidade Humana e Psiconeuroimunologia. Contribui com regularidade no Blog do IGC.

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